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Mostrando postagens de 2012

O NATAL DE 1957

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 Passávamos o Natal invariavelmente em casa de meus avós. Assim foi desde 1947, meu primeiro Natal, até 1964, o último de minha avó. Família muito grande, afinal eram doze os filhos, nem sempre foi possível a reunião de todos. Somente em duas ocasiões isso foi possível, em 1948 e em 1956. Todas elas registradas em fotos por meu pai. Os filhos homens já casados quase sempre passavam o Natal na casa dos sogros. Um número grande deles já fora de Ourinhos, o que nem' sempre possibilitava sua presença nessa ocasião. Meu tio Juca, foi o que mais esteve presente nos Natais em Ourinhos. Ele passava o Natal com a mãe em Ourinhos e o Ano Novo com os sogros na Casa Verde, São Paulo. Uma prática democrática, sem dúvida. Esta bela foto ilustra um momento natalino em casa de meus avós, na Rua 9 de Julho nº 102. Após o almoço, um grupo se reuniu no quintal para degustar uvas, numa das poucas ocasiões em que o autor da maioria das fotos aqui postadas ao longo de 12 anos

EMA BIGI

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Não sei se ainda existe a "Companhia Interamericana de Produtos Alimentícios" em Ribeirão do Sul. No início dos anos 1960, seu proprietário era Aniz Saad. Ele trouxe uma amiga da familia, Ema Bigi, moradora em São Paulo, que tinha poderes mediúnicos extraordinários, a fim de que conseguisse decifrar problemas que vinham ocorrendo no escritório de sua fábrica. Aniz era o pai do Kiko, que foi casado com Ciomara Matachana. Nessa ocasião, Aniz levou-a consigo numa visita que fez ao gerente do Banespa em Ourinhos, Antonio Ferreira Batista. A esposa do senhor Ferreira, Olívia, chamou minha mãe, que era sua vizinha para conhecer dona Ema. Nasceu, assim,  uma amizade entre Amélia e Ema. Amizade que perdurou ate a morte de Ema, no anos 1980. Meus pais, nos anos em que moraram em São Paulo,  alugaram um apartamento no Largo do Arouche. Dona Ema,  na ocasião, estava morando com o filho Mário Bigi, conceituado decorador de São Paulo, na Rua Sebastião Pereira, bem próxima do A

TAVARES DE MIRANDA E A DEBUTANTE

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Seu nome era José Tavares de Miranda, natural de Pernambuco (1917). Veio para São Paulo com 21 anos e ingressou como repórter policial no "Diário da Noite". Nas horas vagas dedicava-se à poesia. Acabou se envolvendo com a literatura e a coluna social. Nas páginas da "Folha de São Paulo" manteve por muitos anos uma coluna social que fez história. Foi membro da Academia Paulista de Letras. Em 1966,  esteve Ourinhos para ser o apresentador das jovens debutantes no baile patrocinado, anualmente, pelo Lions Clube local. É nessa condição que o vemos nesta bela foto dando entrada à debutante Guacira Ferrari,  filha do casal Lino Ferrari e Mariinha Chiaradia. Tavares de Miranda faleceu em 1992 Foto por Francisco de Almeida Lopes

SALVADOR FERNANDES E O DIÁRIO DA SOROCABANA

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Salvador Fernandes, fluminense de Macaé, veio para Ourinhos na segunda metade dos anos 1950, onde fundou um dos mais importantes jornaisda história da cidade – O Diário da Sorocabana. Ourinhos, então, passou a contar com dois novos jornais, um dosquais o já quase sexagenário “Folha de Ourinhos”, fundado pelo jornalista Miguel Farah, em 1956, e levado avante por seus filhos e filhas após a sua morte. Salvador já tinha história no jornalismo e era um editorialista primoroso como pode ser conferido no editorial da edição de 17/7/1960, “Os Males das Guerra Fria”, em http://ourinhos.blogspot.com.br/2012/08/o-diario-da-sorocabana.html . O ex-governador Roberto de Abreu Sodré, na época parlamentar e um dos próceres da União Democrática Nacional, foi o responsável pela sua vinda para Ourinhos. A sede do jornal ficava no final da Rua Antonio Carlos Mori ( ao ladoda via férrea que demanda o Paraná), onde também o jornalista morava com a esposa Ana (Aninha) e as filh

ECOS DA REVOLUÇÃO DE 1930-II

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Nos movimentos revolucionários é comum a existência de várias correntes. Esses grupos disputam o controle do poder, o que provoca uma grande rotatividade nos cargos públicos após a tomada do poder.Em Ourinhos, com a Revolução de 1930, não foi diferente. O drº. Hermelino, nomeado em dezembro de 1930, foi substituído em fevereiro de 1931, por Rodopiano Leonis Pereira, presidente local do Partido Democrático, agremiação política que integrou Aliança Liberal. O Partido Democrático, que fazia oposição ao PRP, tentou manter o poder no Estado. A aliança entre tenentistas e democráticos foi curta. Os “tenentes” se achavam os autênticos revolucionários, não desejando um mero revezamento de oligarquias no poder. Esse posicionamento acabou por resultar na nomeação do tenente pernambucano João Alberto Lins de Barros, ex-integrante da Coluna Prestes, para a interventoria paulista. Como conseqüência desse clima político instável Ourinhos teve, em 1931, quatro prefeitos:  drº Hermelino Agn

PAULO AILTON RIBEIRO DE CARVALHO, 70 ANOS

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                          Paulo Ailton Ribeiro de Carvalho, advogado, funcionário aposentado do antigo Banespa, um dos azes do basquete ourinhense da primeira  geração,  completou 70 anos  no dia 24 de outubro passado. Filho de Agostinho Ribeiro de Carvalho e Francisca Nunes de Carvalho, é casado com minha amiga de longo tempo, Maria Alice Silva Carvalho, filha do saudoso Mário, um dos antigos farmacêuticos de Ourinhos, já falecido,  e de Aparecida Silva. Ao lado dos amigos (as) e parentes comemorou essa data numa bela festa preparada por Maria Alice, e que foi documentada pela "Folha de Ourinhos" de 11/11/2012 A ele os parabéns de Memórias Ourinhenses. Foto por Foto Martins 

ECOS DA REVOLUÇÃO DE 1930 - I

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Mesmo numa pequena cidade como Ourinhos no início dos anos 1930, os efeitos de uma revolução se fizeram sentir. A cidade ficara semi- abandonada; somente após vinte e um dias tudo voltara à normalidade. “(...) quem governa o País é aquele que a popularidade queria! Quem governa o país é aquele que acaba de dar à história Pátria o maior lance de beleza, honra e glória. Finalmente quem governa o País é o escolhido do povo que briosamente levou o seu nome às urnas.” O articulista de “A Voz do Povo” se referia a Getúlio Vargas que as forças vitoriosas alçaram à chefia do Governo Provisório. Com a derrocada do Partido Republicano Paulista, assumia o governo da cidade uma Junta Governativa que conclamou a população para uma passeata: “Ao Povo” A Junta Governativa desta cidade convida a todos os Revolucionários e ao povo em geral para uma passeata em regozijo à brilhante vitória da Revolução em prol dos direitos do Povo conspurcado e espezinhado pela camarilha de

A DENOMINAÇÃO DE LOGRADOUROS DE OURINHOS: A RUA MONSENHOR CÓRDOVA

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  Lembrança da missa de primeiro aniversário de falecimento, como era de costume. A Rua Monsenhor Córdova é uma via central. Sua criação deu-se no final dos anos 1930, quando o quarteirão que se inicia na Rua Cardoso Ribeiro foi urbanizado com a construção de casas pela Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná, as quais foram financiadas para empregados da ferrovia. É uma rua curta, de apenas três quadras, tendo recebido essa denominação para homenagear um pároco recém-falecido: o monsenhor Córdova. Apesar de ter ficado pouco tempo à frente da paróquia, granjeou respeito, carinho e admiração entre os paroquianos. Ele assumiu a paróquia em 1935, com a retirada do Padre Vitor Moreno. Até então fora cura da Sé e vigário geral da diocese de Botucatu. Internado em Bebedouro para tratamento de saúde, faleceu em 19 de julho de/1937 como noticiou “A Voz do Povo¨:  Na mesma edição, um paroquiano prestou-lhe homenagem:

RECORDANDO ANTIGOS PROFESSORES (AS): DALILA DE SOUZA

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Lembram-se? Alta, gorda, extrovertida. Assim era dona Dalila, uma das melhores professoras primárias do Grupo Escolar  Jacinto Ferreira de Sá , o  Grupão.  No final dos anos 1950 já havia dois grupos escolares estaduais na cidade, o  Grupão  e o  "Virgínia Ramalho", chamado  de Grupinho,  embora fosse do mesmo tamanho ou talvez maior que o primeiro.   Dona Dalila era casada com Diomar Antonio de Souza, que era proprietário de uma tipografia que havia ao lado do Cine Ourinhos, ou talvez sócio do Silvano Chiaradia nesse estabelecimento.  O casal tinha vários  filhos homens, cujos nomes,  se  me engano, começavam todos com a letra D. Um deles, Dalton José (20/03/1947 - 17/12/2011) foi meu contemporâneo.  Moraram na Expedicionário, logo após o  Grupão. Dona Dalila foi também vereadora, tendo sido eleita para a 3ª Legislatura (1956-1959), pela UDN, se não estou errado A saudosa professora está nessa foto entregando o prêmio ao primeiro colocado d

PADRE DOMINGOS TRIVI

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O padre Domingos Trivi sucedeu a Eduardo Murante  como pároco da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, em 1956. Tinha à sua frente uma missão que envolvia a necessidade de amealhar recursos, qual seja, a de levar adiante o acabamento da nova Igreja Matriz. Italiano, de pequeno porte, não tinha a mesma simpatia do padre Eduardo, mas era tão comunicativo quanto. Relacionou-se bem com a comunidade católica e, graças a quermesses e doações, conseguiu amealhar fundos que permitiram realizar o revestimento externo do templo e a edificação de suas duas torres. Ao cabo de seis anos, a imponente Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, estava totalmente concluída, para orgulho dos católicos ourinhenses. Padre Domingos permaneceu à frente da paróquia até dezembro de 1965, quando foi para Roma com passagem doada por seus paroquianos. Na ocasião, foi   concelebrada missa por 16 padres. Nesta foto, o padre Domingos oficia o casamento de Glória Monteiro, filha de Benedito Monteiro e T

JOSÉ GABRIEL MARÃO

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Marão foi pessoa muito querida em Ourinhos, simpático, boa prosa. Era muito amigo do primo de meu pai, Alfredo Devienne. Nessa foto, postada originariamente no blog do Wilson Monteiro, Marão é o terceiro à direita da mesa (entre Ibrahim e Salem), onde também vemos apontando o rosto, o radialista da Rádio Clube de Ourinhos, Osvaldo Lazzarini, (dono de uma bela voz), Silvano Chiaradia, o vereador Ibrahim Abujamra do cartório, o drº Salem Abujamra, inspetor federal de ensino, Reinaldo Brandimarte, o filho do deputado Silvestre Ferraz Igreja, Mário,  e o velho Racanello. À esquerda, olhando para o fotógrafo, Edu Azevedo e o cunhado Samadello.     A foto foi tirada no Restaurante Ypê, famoso nos anos 1960. Local decorado com muito bom gosto, comida excelente, enfim um espaço concorrido na cidade que traz boas lembranças para os que com ele conviveram. Foto de autoria desconhecida. Pedi ao jornalista José Carlos Marão que escrevesse algumas linhas sobre o pai: "

GALERIA DA SANBRA - OURINHOS - RELEMBRANDO

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Página atualizada em 18/5/2014 Almoço de confraternização, Natal de 1963 Cleide, José Hernandes, José Carlos Neves Lopes,  Mário Ramalho Pereira, Brandimarte, Yeda. Clique sobre as fotos. ALMOÇO DE NATAL 1963 CANTINA ITALIANA NA AVENIDA Esquerda: Ademar  Oswaldo Marques (Caixa) José Maria (Custos) Dorival Avanzi (Caixa) Direita: Liberto Resta (Chefe do Escritório) Irineu Kucko  Ponta esquerda: Walter Breve. Direita:  Arlindo (Pessoal), Yeda,  Brandimarte (Laboratório), José Carlos Neves Lopes (mascote - auxiliar de custos) Cleide (Secretária) Elias Hage (vendas)  Esquerda: Laurinho Zimmerman (Custos) Ao fundo, direita: Souza (gerente) Engº Sarmento Esquerda: Laurinho e Rubens Bortolocci da Silva (Chefe de Pessoal) Direita: Leonel, José Maria, Oswaldo Marques, João Olante, Ademar Urbano Zampieri, Cleide, Tomiko Sekino, irmã de Setuko Sekino, Yeda, Rubinho, Tupina e Hélio (Pessoal) l ?,Leonel, Ademar, Brandima

AS BANDAS DE OURINHOS

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Numa época em que toda cidade tinha uma banda municipal que se apresentava com frequência na praça principal executando peças do repertório clássico e popular, Ourinhos também contou com esse conjunto musical. Foi uma formação instável como se depreende da leitura de jornais da época.  Em 1937, a cidade achava-se sem uma banda. Foi então realizada uma subscrição por meio de um "livro de ouro" a fim de comprar os instrumentos musicais necessários. Eu tive acesso a esse documento  na ocasião em  que se  achava  na biblioteca do Grêmio Recreativo de Ourinhos, cuidadosamente organizada por Mário Branco, nos anos 1960. Com a aquisição dos instrumentos a banda foi reorganizada sob a denominação  "Filarmônica Municipal Lira Carlos Gomes". O regente chamava-se Francisco Leite de Camargo. O conjunto é visto nesta foto por ocasião de seu primeiro concerto no dia 4/1/1942. Segundo a imprensa compareceram à Praça Melo Peixoto cerca de mil pessoas para assistir

IGNÊS ROBLES DAS NEVES SE APRESENTA NO CINE OURINHOS

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s Os Robles constituíam uma antiga família espanhola da cidade. Eram proprietários da área onde mais tarde construiu-se a Casa Bandeira Branca. Outros moravam na "Vila Nova".  Essa foto nos mostra a filha de Francisco Robles Agrella e neta da matriarca Rosa Robles, Ignês Robles das Néves  se apresentando num programa infantil no Cine Ourinhos. Percebe-se ao lado o detalhe dos ventiladores laterais do cinema e a platéia repleta de crianças.  Foto cedida por   Madison André das Néves IGNÊS FRANCISCO ROBLES AGRELA

COLÉGIO SANTO ANTÔNIO DE OURINHOS

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A criação do Colégio Santo Antônio em Ourinhos deveu-se a uma ação do prefeito  Cândido Barbosa Filho, ainda antes de sua eleição, quando foi a São Paulo fazer a proposta para a Congregação das Irmãnzinhas da Imaculada Conceição, em 1947.  As freiras que vieram para Ourinhos  criaram os primeiros cursos num barracão existente na rua São Paulo, enquanto a edificação do prédio se iniciava. Com cinco anos de idade, eu ingressei (1953), já no prédio recém construído,  no "Jardim de Infância", onde  tive como professora  irmã Virgínia. No ano seguinte, fiz o Pré-Primário, com a  irmã Esmeralda. Foi uma ótima professora e me alfabetizou. Visitei-a já aposentada, no  Lar das Senhoras Católicas  em São Paulo, no final dos anos 1960.   Numa entrega de diplomas, vemos a saudosa Irmã Celestina, o professor Norival Vieira da Silva, padre Duílio Liburdi e o inspetor federal Salem Abujamra . (Clique sobre a foto) Nessa foto de desfile, publicada originariamente no

A REVOLUÇÃO DE 1932 VISTA PELO IMIGRANTE PORTUGUÊS, JOSÉ DA CRUZ THOMÉ

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José  e Mário  da Cruz Thomé, dois   irmãos portugueses, imigraram para o Brasil nos anos 1920. Ambos estabeleceram-se em Ourinhos. Mário casou com Gaudência Matachana e tiveram  o filho Aldo, que foi prefeito de Ourinhos. José casou com Maria Tocalino (Mariquinha). Dessa união nasceu a filha Neuza.   Em  2009, já escrevi aqui sobre os dois (  http://ourinhos.blogspot. com.br/2009/04/jose-da-cruz- thome-o-livreiro.html  ). A neta de J. C. Thomé, Valéria Thomé de Oliveira enviou-me a cópia de uma carta que ele escreveu para o irmão Augusto, que vivia em Coimbra. Nela, o jovem de 24 anos analisa a recém findada Revolução de 1932. Trata-se de um importante documento histórico porque mostra esse movimento sob o olhar de um imigrante português a poucos anos estabelecido no Brasil. “São Paulo, 20 de outubro de 1932 Meu caro Augusto Que a ventura e a saúde continuem sendo constantes moradoras de sua casa. Graças a Deus, com minha Mariquinha, vamos vivendo bem. Para