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Mostrando postagens de dezembro, 2009

NATAL NA SANBRA

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Na foto, vemos da esquerda para a direita: Cleide, a secretária, um modêlo de eficiência na sua área; atrás dela, Urbaninho Zampieri, tão cedo levado pela morte; Setuko Sekino, também secretária das melhores, da qual tornei-me muito amigo, tendo frequentado a casa de sua família na Avenida Altino Arantes, onde seu pai tinha uma casa comercial; atrás de Setuko, sua irmã Tomiko, então aluna do curso científico, uma inteligência que partiu muito cedo desta vida; de braço dado com Setuko, Yeda, também funcionária do escritório, uma moça muito alegre que irradiava alegria diariamente; ao seu lado, segurando uma bola, Rubens Bortolocci da Silva, o competente chefe da Seção Pessoal, que viria a se eleger prefeito de Ourinhos; em seguida dois empregados da mesma seção, Tupiná e o srº Hélio, que era também o responsável pela CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, função da qual muito se orgulhava. Atrás de Rubinho estava uma sua filha.  A instalação de uma fábrica de óleo

FALA ROBERTO PELLEGRINO

ANTIGOS PENSAMENTOS Há uma coisa que me intriga: o que eu pensava, nos meus primeiros tempos de Ourinhos, a respeito de, vindo de Roma, haver atravessado o oceano para ir morar numa cidadezinha quente, "avermelhada" e sem possuir absolutamente nada daquilo com que estava acostumado? Para falar a verdade verdadeira, não lembro. Sou, porém, levado a crer que não me preocupava com esse aspectos, pois estava empolgado com a grande aventura em que havia se transformado minha vida. Sim, era uma grande aventura mergulhar em um mundo tão desconhecido quanto inusitado. Era tudo tão novo para mim -- os edifícios, as ruas, a vegetação, as pessoas, a língua, os costumes, o clima -- que o deslumbramento ante aquela miríade de novidades e o esforço requerido para me inserir naquele contexto não me deixavam tempo para pensar em mais nada. A PIZZA No princípio dos anos 1950, eu deixava os ourinhenses atônitos e incrédulos quando declarava detestar pizza. Diga-se de passagem que naquela época

OURINHOS - O PASSADO DESAPARECENDO

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Na minha última ida minha a Ourinhos tive a infelicidade de constatar mais duas ações contra o patrimônio histórico-cultural da cidade: 1 - este prédio situado na esquina da Paraná com Cardoso Ribeiro é de 1930. No seu frontespício estava gravada a data . Conheci de perto essa casa nos anos 1950/1960, pois ali morava uma família japonesa de quem fui amigo. Eles vendiam uma coxinha de galinha deliciosa. Às vezes eu ficava ajudando no bar que mantinham ali somente para ser gratificado com algumas elas. Nos últimos anos, uma família portuguesa ali manteve um bar onde serviam um delicioso bolinho de bacalhau. Pois bem, venderam o bar recentemente e o novo proprietário "modernizou a fachada apagando aquela data e removendo os ornamentos que havia na fachada. Numa cidade em que não preocupação com o passado arquitetônico, fatos como esse vêm se repetindo constantemente. 2 - O segundo aconteceu com o prédio abaixo. Trata-se de dois sobrados germinados existentes na rua Altino Arantes

DRº WALLACE MORTON

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Nada há em Ourinhos que registre a memória desse engenheiro inglês que viveu em Ourinhos por cerca de 15 anos, a quase totalidade deles como superintendente da Companha Ferroviária São Paulo-Paraná. Imerecidamente, porque pela sua posição e pelo fato de ter sido o maior empregador da cidade, nesse período, deveria ter pelo menos uma rua com seu nome. Isso sem falarmos no fato de ter sido um bom patrão, bastante popular entre todos os que trabalharam nessa ferrovia, além de ter se integrado ao cotidiano dessa pequena cidade do interior paulista, participando do Rotary Clube local, da direção de clubes de futebol e da comissão responsável pela fundação da Santa Casa de Misericóridia. Uma passada d'olhos nas edições de "A Voz do Povo" desse período dá um amostra de sua convivência franca com o cotidiano de Ourinhos. Meu pai e seus primos Benedito Monteiro e Carlos Eduardo Devienne, que trabalharam sob seu comando, o admiravam muito. No livro "Ourinhos - memórias de uma

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USOS E COSTUMES Os que citarei são mais quatro dos vários usos e costumes para mim estranhos com que deparei, naquele longínquo 1951, ao “mergulhar” na sociedade ourinhense. Faço questão de frisar que o termo “estranhos” não possui conotação negativa, significando apenas que eu nem sequer imaginava sua possível existência, já que na minha terra natal esses três costumes eram diferentes (atentem ao fato de que eu disse “diferentes”, e não “melhores”). 1. O tratamento de “senhor” e “senhora” dado aos pais. 2. O hábito mais ou menos generalizado de adultos não fumarem na frente dos pais, por considerá-lo um ato desrespeitoso. 3. A pessoa declarar que “perdeu o voto” por haver votado, em uma eleição, em um candidato que não se elegeu. 4. O hábito também mais ou menos generalizado de não tomar água gelada, alegando que fazia mal. Pelleberto Rogrino MODA Ano de 1951. Aos 14 anos, eu me vestia à italiana, com roupas trazidas de Roma. Minhas calças eram curtas, bem curtas. Meus coetâneos ourin

JOÃO NEVES - UM ARMAZÉM EM TRÊS TEMPOS

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Meu avô, José das Neves Júnior, quando transferiu sua residência para Ourinhos, em 1930(morava na Fazenda da Figueira, de sua propriedade no município de São Pedro do Turvo), montou um armazém de secos e molhados denominado “Casa Ourinhense” que pretendia entregar deixar aos cuidados dos filhos homens. Matriculou os dois mais velhos, João e José, no curso comercial do Instituto Rui Barbosa do prof. Constantino Molina, na Avenida Altino Arantes, e colocou-os à frente do armazém. Com a ida do filho José para o Exército (1933), o ponto comercial foi assumido pelo irmão João que mudou a razão social para “Armazém do Povo”; à frente desse estabelecimento ele permaneceu até 1943 quando se mudou para Avaré, cidade natal da esposa Henriqueta, a família aumentada com o nascimento do filho Jefferson. O casal retornou para Ourinhos em 1946, e o armazém reaberto, agora com a denominação “Casa dos Lavradores”. Esse é estabelecimento de que me lembro, pois nasci no ano seguinte, 1947. Eu era freguês

FALA ROBERTO PELLEGRINO

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Foto: encontro de Ourinhenses em São Paulo Roberto Pellegrino, filho do Rodolfo, está relatando fatos do seu passado, em e-mails que encaminha para os amigos. Pedi-lhe autorização para inserí-los em Memórias. NATAL Muito estranho o Natal de 1951, meu primeiro no Trópico do Capricórnio: aquele calor ourinhense não tinha nada a ver. Lembrei-me da última Missa do Galo a que havia assistido em Roma, na igreja de Santa Agnese, na Via Nomentana, perto da nossa casa. Isso em 1950. Fazia um frio danado. Não que eu sentisse falta do frio, pois o calor, mesmo excessivo, é mais agradável e fácil de suportar. Mas que o Natal tropical não combinava com minhas raízes e com meus usos e costumes era fora de dúvida. Hoje, no entanto, para mim, Natal sem calor é como amor sem beijo ou macarrão sem queijo. Totalmente sem graça. CHEGADA AO BRASIL Uma das coisas estranhas que achei ao chegar ao Brasil – e acho até hoje, embora eu já viva aqui há 58 anos – foi o jeito de os brasileiros contarem nos dedos.