O VIOLEIRO
Meu pai considerava umas três dezenas de fotos que fez ao longo de sua vida como artísticas.
São fotos de natureza diversa e feitas em diversos locais.
Ele as revelara num tamanho maior e com elas formara um álbum que exibia orgulhoso.
Esta é uma das mais bonitas, feita em Ourinhos no antigo terminal de ônibus da Rua São Paulo nos anos 1950.
Inscreveu-a num concurso de uma revista publicada pela Esso, que ele costumava ler. Recebeu menção honrosa.
Deu-lhe a denominação de " O violeiro"
Para acompanhar esta publicação segue um poema de Castro Alves:
Canção do violeiro
Passa, ó vento das campinas,
Leva a canção do tropeiro.
Meu coração 'stá deserto,
'Stá deserto o mundo inteiro.
Quem viu a minha senhora
Dona do meu coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Ela foi-se ao pôr da tarde
Como as gaivotas do rio.
Como os orvalhos que descem
Da noite num beijo frio,
O cauã canta bem triste,
Mais triste é meu coração.
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
E eu disse: a senhora volta
Com as flores da sapucaia.
Veio o tempo, trouxe as flores,
Foi o tempo, a flor desmaia.
Colhereira, que além voas,
Onde está meu coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Não quero mais esta vida,
Não quero mais esta terra.
Vou procurá-la bem longe,
Lá para as bandas da serra.
Ai! triste que eu sou escravo!
Que vale ter coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Leva a canção do tropeiro.
Meu coração 'stá deserto,
'Stá deserto o mundo inteiro.
Quem viu a minha senhora
Dona do meu coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Ela foi-se ao pôr da tarde
Como as gaivotas do rio.
Como os orvalhos que descem
Da noite num beijo frio,
O cauã canta bem triste,
Mais triste é meu coração.
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
E eu disse: a senhora volta
Com as flores da sapucaia.
Veio o tempo, trouxe as flores,
Foi o tempo, a flor desmaia.
Colhereira, que além voas,
Onde está meu coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Não quero mais esta vida,
Não quero mais esta terra.
Vou procurá-la bem longe,
Lá para as bandas da serra.
Ai! triste que eu sou escravo!
Que vale ter coração?
Chora, chora na viola,
Violeiro do sertão.
Foto por Francisco de Almeida Lopes
Comentários
Abr
Janduhy
Foto maravilhosa, como muitas de seu pai. Essa foto merecia realmente ser premiada.
Bjs
Cristina
Por todas as fotos que vi do seu pai realmente ele era um grande artista.
Sinto não te-lo conhecido.
Abraços.
Dilma