OURINHOS 100 ANOS DE HISTÓRIA - 2 - A primeira década: os imigrantes e a expansão inicial da cidade.

2 - A primeira década: os imigrantes e a expansão inicial da cidade.

É evidente, o papel fundamental que a imbricação de duas ferrovias teve para o progresso do pequeno município de Ourinhos, a partir de finais dos anos 1920.
Os reflexos dessa situação fazer-se-iam sentir na década seguinte, ou seja nos anos 1930. 
Falemos agora sobre a origem dos primeiros habitantes de Ourinhos.
A grande maioria das famílias que se estabeleceram em Ourinhos era constituída por imigrantes: italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, sírio-libaneses e judeus. Houve, é claro, famílias brasileiras também.
Algumas famílias de imigrantes  trabalharam,  inicialmente, nas fazendas do município, vindo mais tarde para a cidade, onde dedicaram-se a outras atividades como empregados ou por conta própria.
A grande maioria dos imigrantes, que se estabeleceram no núcleo urbano em seus primórdios, dedicou-se ao comércio, grande e pequeno  e à indústria. 
O fazendeiro Jacinto Ferreira de Sá,  proprietário da gleba de terra que deu origem ao povoado, procedeu a um loteamento composto de ruas e avenidas largas, na parte norte (acima da atual Jacinto Sá). Esse fato determinou o início da urbanização nesse sentido da cidade.
O primeiro templo protestante foi instalado em um prédio erguido em terreno doado por Jacinto Ferreira de Sá, na atual Rua São Paulo.
A pedra fundamental da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus foi lançada em 7 de Junho de 1920, defronte para um descampado que daria origem à principal praça da cidade, a Praça Melo Peixoto.


Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus, anos 1920

Praça Melo Peixoto, em 1930

A nova estação ferroviária, inaugurada em 1927, tinha sua entrada voltada para esse lado, de costas para a Avenida Jacinto Sá.



Estação Ferroviária da Sorocabana, na ala à esquerda a plataforma de embarque da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná

As primeiras casas de secos e molhados , roupas, tecidos e calçados foram instaladas na parte nova da cidade, próximas da estação ferroviária: a Casa Matachana, Casa Zanotto e Casa Amaral. Esses estabelecimentos tinham, no fundo da loja ou  ao lado, a residência das famílias.  Logo acima da linha do trem, estabeleceu-se um dos primeiros hotéis - o Hotel Comercial (Rua Antônio Prado), que ainda está em funcionamento.
Essa foi a primeira fachada do Hotel Comercial. 




Casa Zanotto, na Praça Melo Peixoto. 


Numa das artérias da cidade, a Rua Paraná, que se iniciava na futura Praça Melo Peixoto, prédios começaram a  ser construídos, tornando-a a principal rua do comércio. No início dos anos 1930, nela foram instaladas uma grande casa de secos e molhados, a Casa Camargo, uma serraria e casa comercial da família Mori e o Armazém do Chico Vara . O primeiro Grupo Escolar também  foi erguido na Rua Paraná.


Casa Camargo, depois Casa Tone, na esquina da Rua Paraná com Souza Soutello.
Foto por Frederico Hahn 

No sentido da divisa com o Paraná, a ocorrência de matéria prima para a fabricação de tijolos, telhas, manilhas e vasos atraiu para essa área várias famílias de origem italiana, formando-se  ali a Vila Odilon. 



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