OURINHOS - O PASSADO DESAPARECENDO

1 - este prédio situado na esquina da Paraná com Cardoso Ribeiro é de 1930. No seu frontespício estava gravada a data . Conheci de perto essa casa nos anos 1950/1960, pois ali morava uma família japonesa de quem fui amigo. Eles vendiam uma coxinha de galinha deliciosa. Às vezes eu ficava ajudando no bar que mantinham ali somente para ser gratificado com algumas elas. Nos últimos anos, uma família portuguesa ali manteve um bar onde serviam um delicioso bolinho de bacalhau. Pois bem, venderam o bar recentemente e o novo proprietário "modernizou a fachada apagando aquela data e removendo os ornamentos que havia na fachada.
Numa cidade em que não preocupação com o passado arquitetônico, fatos como esse vêm se repetindo constantemente.

2 - O segundo aconteceu com o prédio abaixo. Trata-se de dois sobrados germinados existentes na rua Altino Arantes quase esquina com a Antonio Carlos Mori. Era uma das construções mais belas dos anos 1940, obra do construtor Ezelino Zório, que era sobrinho de Henrique Tocalino. Zório com suas construções residenciais trouxe um novo visual, tornando-as mais leves com a utilização de arcos nas varandas e detalhes decorativos sobre as janelas. Ele construiu as últimas casas que a São Paulo-Paraná financiou para os seus empregados. Uma das últimas foi a de meu pai.
Observem o que uma reforma recente fez com esse belo exemplo arquitetônico, no sobrado que foi construído para a família do drº Alfredo de Almeida Bessa.
Comentários
Penso como vc em relação as construções antigas, mas tb entendo que precisamos nos adaptar e aceitar as mudanças desta época em que estamos vivendo.
Vc se lembra das "mansões" das Av. Brasil e Paulista? Pois é, qdo na minha infância eu passeava com mamãe apreciando os verdadeiros palacetes (na ingenuidade de criança "daquela época" que nossas mães nos contávamos histórias lindas de reis, rainhas, princesas, etc,) sonhava que poderia vê-los saíndo daquelas mansóes.
Hoje não as vejo mais (as mansões) mas me lembro delas com alegria,pois elas me fizeram sonhar muito e até hoje os tenho na minha memória.
Eu penso que não devemos nos lamentar e sim acompanhar a evolução dos tempos com tranquilidade.
Abraços.
Olenka.
Abs
José Carlos
--------------------------------------------------------------------------------
Caro José Carlos
A preservação da arquitetura historica de Ourinhos está quase a zero.
Não há uma política para o setor e nem mesmo esta mentalidade. Se voce insistir, será visto como um chato, um saudosista atrasado.
Em todo caso enviarei copia deste meu comentário ao Prefeito Toshio Misato através da Secretaria Municipal de Cultura.
Jefferson Del Rios
José Carlos
Infelizmente a maioria do povo brasileiro não tem esta mentalidade de conservação da HISTÒRIA como tem o europeu e outros povos muito mais antigos.
Concordo com vc plenamente,as construções européias são conservadas sim, mas são construções milenares que não podemos comparar com as obras arquitetônicas brasileiras,mas entendo tb a sua preocupação como historiador. Olenka.
Abraços
Edelcio Vigna
O progresso não sede espaço as memórias e sim as atualizações... Hoje se alguém comprar um terreno, seja em Ourinhos ou em outro lugar, dificilmente construirá um imóvel nos moldes da década de 20 ou 50, já q uma casa moderna hoje, causa menos "danos" ambientais e tudo mais que sabemos hoje e não se sabia há 60 anos atrás... Nem o tamanho do terreno será o mesmo... O impacto ambiental era ignorado, hoje não mais, moramos em uma planeta vivo, e não somos o centro do universo, por isso não há mais espaço para a tradição. Há de se evoluir!!! Se livrem de memórias e evoluam suas mentes para algo que não esta fora de voçê e sim dentro, como sempre esteve e assim mantenham o foco no presente! Mudar é viver, viver é mudar ignorar isso é não ver que um bom presente gera um bom futuro!!!
Para tanto existe om Patrimônico Histórico e Artístico. Veneza não seria Veneza, somente para citar um exemplo, sem as edificações que foram mantidas
Nem um estudo desse tipo a cidade de Ourinhos tem, com certeza.
Se você se refere aos donos do bar que havia nessa esquina conheci e muito. Era amigo de todos, da Maria, da Hilda , do Nobuo. Você é filho de quem?
Abraço.
José Carlos