OURINHOS, FINAIS DOS ANOS 1950 - A ALMA DAS COISAS
Primeiro domingo do mês de agosto de 2015.
Liguei o computador para preparar a matéria do próximo domingo, 9 de agosto.
A descoberta de mais de vinte fotos feitas por meio pai em épocas diversas deixara-me agitado desde o dia anterior. Qual seria a primeira a ser restaurada? Num bater d'olhos sobre o conjunto, o coração bateu forte para com uma vista aérea do final dos anos 1950 (vê-se a propaganda de Carvalho Pinto num dos muros).
Como já havia feito no início dos anos 1940 em relação à "Igreja Velha", meu pai subiu os degraus que levavam à torre da "Igreja Nova" para fazer fotos áreas da cidade.
Eu somente tinha conhecimento de uma delas, a que captava o ângulo da Vila Odilon com o horizonte a perder de vista em direção ao Paraná.
Agora o olhar do fotógrafo voltou-se para o outro lado, selecionando um aspecto que lhe era caro, o que se inicia na esquina da Antônio Carlos Mori com Rio de Janeiro e se perde no horizonte em direção à "estrada oficial" que demandava Palmital, Assis....
Por que esse aspecto em primeiro plano lhe era caro? Porque mostrava um detalhe da 9 de Julho, onde morou vários anos enquanto solteiro e depois como recém-casado.
Na foto, vemos em primeiro plano dois grandes terrenos vazios, à esquerda e à direita. Neles, os garotos da redondeza muito brincaram nos anos 1950.
O da esquerda já estava sendo preparado para a construção de uma agência de automóveis de propriedade de um dos filhos do deputado Silvestre Ferraz Egreja; o da direita abrigava então um depósito de madeira (nele foi construído mais tarde o cine Pedutti, e hoje abriga um mini shopping center).
Na esquina da Rio de Janeiro, vê-se uma casa com um amplo jardim na frente. Casa que muito frequentei e da qual guardo muitas lembranças agradáveis - era a residência do casal Anita Beltrami e Antônio Luiz da Costa (que tinha seu consultório de dentista numa casa ao lado) O casal tinha apenas uma filha - Marilena, minha amiga mais antiga de Ourinhos, onde ainda reside com o marido Sussui Breve. Nessa época, sua avó, dona Henriqueta Beltrami, que foi dona do Hotel Internacional, ainda vivia e com eles morava. Recordo-me saudoso de seu delicioso bolo de fubá.
Nesse mesmo lado da Rua Rio de Janeiro, é visível o quintal da casa de dona Ana "portuguesa", onde havia um grande número de árvores frutíferas cujos frutos eram objeto de desejo por parte dos garotos das proximidades; em frente à fábrica de móveis do Serafim Mota era a casa de dona Benedita Prato, viúva de ferroviário, que tinha os filhos Bolivar, Lúcia e Flora.
Na 9 de Julho, veem-se as construções que pertenciam a meu avô: a casa, o armazém, o depósito de café, na época alugado para Serafim Mota (que ali mantinha uma fábrica de móveis - Móveis Primor) e, por fim o sobrado edificado em 1939, e que ainda existe. Vemos também (9 de Julho, esquerda, a casa que fora do prefeito Benedito Martins de Camargo, a qual, no início dos anos 1950, foi comprada pelo professor Jorge Herkrath (lá morava e mantinha a Escola Técnica de Comércio).
Ainda em primeiro plano vislumbram-se o grande armazém que servia aos ferroviários (a cooperativa) da RVPSC, o pátio dessa ferrovia e o da Sorocabana e, por fim, a chamada "Vila Nova", a perder de vista.
Uma bela foto.
Uma bela foto.
Comentários
Seu pai teve esse dom de perpetuar aquela época nas fotos.Não fosse ele,pouca matéria teríamos hoje para poder entrar "nessa máquina do tempo"e retornarmos á imagens que só existiam no nosso imaginário.
Grande abraço
Wilson
Obrigado Wilson pelo comentário.
Abs
Abs.
José Carlos