COMPANHIA FERROVIÁRIA SÃO PAULO-PARANÁ - A CASA DO SUPERINTENDENTE



No início da Avenida Rodrigues Alves que, sem desmerecer o presidente famoso, deveria ter seu nome alterado para "Avenida dos Ingleses", estão localizadas as três mansões sobreviventes do  passado glorioso da ferrovia construída  a partir de Ourinhos e que se pretendia levar até a fronteira com o Paraguai. Assim como também deveria haver na cidade a "Rua dos Ferroviários", como diz meu primo, o   jornalista Jefferson Del Rios, numa justa homenagem aos trabalhadores das duas ferrovias que cortavam a cidade: a São Paulo-Paraná e a Sorocabana.
Perdemos a oportunidade de deixar registrados oralmente o depoimento desses mesmos trabalhadores, que muito enriqueceria o Museu que se pretende instalar na cidade. Oxalá isso aconteça realmente, reunindo nele  o acervo fotográfico e toda a sorte de documentos , móveis e peças sobreviventes.
Das três casas que restaram , conheci de perto a mais antiga, a primeira de quem sobe a "Rodrigues Alves", pois lá residiu meu padrinho Benedito Monteiro nos seus últimos anos de uma longa carreira iniciada na   São Paulo-Paraná, da qual foi contador. Considero a última desse quarteirão a mais bonita. No acervo fotográfico da ferrovia que meu pai conservou, havia uma grande e bela foto dela,  a qual  deve ter ido parar nas  mãos de terceiros.

A mais antiga era a casa destinada ao superintendente da ferrovia, que deve ter sido construída nos últimos anos da década de 1920. Com a expansão da ferrovia a demandar um grande número de empregados de escritório, ela foi reformada e transformada no Escritório Central. Hoje abriga uma escola particular - o Colégio Jean Piaget.  Provavelmente nela residiu apenas o primeiro superintendente, drº Hamilton. 
Essa casa pode ser vista nas duas fotos: a de sua fachada e a de uma lateral. A bela varanda de entrada desapareceu com a reforma da casa para instalar o Escritório Central. A casa  ficava no centro de um grande terreno, sendo rodeada por amplos canteiros. 
Este artigo é uma homenagem a meu pai, um dos primeiros empregados do Escritório Central, e que conservou o acervo fotográfico da ferrovia hoje disponibilizado on-line na sua quase totalidade. Dia 17/7  foi   o vigésimo quarto aniversário do seu falecimento.

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