A RÁDIO CLUBE DE OURINHOS LTDA, A RAINHA DO VALE DO PARANAPANEMA





No dia 20 de novembro deste ano estará fazendo 60 anos que Ourinhos passou a ter uma emissora de rádio.
A iniciativa deveu-se a três moradores da cidade: Celestino Bório Junior, que ficou à frente da emissora, e dois jovens políticos locais que mais tarde seriam eleitos prefeitos: Antônio Luiz Ferreira (Gestão: 1960 a 1963 ) e Domingos Camerlingo Caló ( Gestão: 1952 a 1955 e Gestão: 22/11/1968 a 31/01/1969 ). Instalada, inicialmente, nesse prédio que vemos na foto, ocupou mais tarde outro na rua São Paulo. Seus programas de auditório eram animadíssimos.
Na foto, vê-se à esquerda a tradicional casa lotérica da família Faccini - "A Vencedora.
Foto por Francisco de Almeida Lopes

Comentários

Francisco Carlos Soares (Chicão) escreveu:
Caro ourinhense,

Permita-me dissecar a foto, dentro da minha memória. A Lotéria Faccini tinha um toque interessante. A familia por ela responsável, não era Faccini e sim Bassi. Um dos irmãos, o José, era conhecido como Zé Faccini. Era um apaixonado por brigas de galos. Ele e um grande companheiro, o Germano Zulzke. da farmácia defronte a praça, todos os domingos compareciam na rinha do João Campanha e la´ ficavam por muitas horas. Sei disto porque eu também lá frequentava. Uma particularidade: Ourinhos tem uma das maiores indústrias de copinhos para sorvetes do Brasil. É a Marvi, do Renato Viana e do seu sócio e cunhado, Martino (ou Martins) de cujos nomes saiu a marca. Mar de Martino e Vi, de Viana.. No entanto, o pioneiro foi o Zé Faccini. Montou uma pequena fábrica artesanal que não me lembro até quanto durou. Entre a lotérica e o hotel, funcionou uma relojoria. À esquerda da foto, há uma sombra superior. Era a sacada do prédio de dois pisos, sendo o térreo, a loja do sr. Beibe Fuerer, ao que parece, o único judeu que havia em Ourinhos. Ele residia no andar superior. Um dos seus filhos, formado em engenharia, trabalhava no escritório do dr. Ezelino Zório.

Saudações

Chicão
Atendendo à provocação o profº Norival, depositário de tantas coisas a respeito da história de Ourinhos, relembra as diversas famílias judaicas de Ourinhos:

"Uma pequena nota no seu trabalho sobre Ourinhos.

A colônia judaica em Ourinhos era apreciável e de muita importância na região.
As festas principais da colônia na região eram realizadas na Casa do Beibe Firer, quando ele residia na rua Nove de Julho, vinham judeus de toda região.Uma casa de área, depois dos Amaral Santos.
Vou me lembrar de algumas coisa mais? OSTRONOFF, o nosso Mocho, seu irmão Mauro e uma irmã muito linda de quem não me lembro o nome, parece que Rosa. SAMUEL KLEPACH, tinha uma Loja de Móveis na Rua Paraná, esquina Antonio Carlos Mori.
Família OKSMAN, de David e Rosa, CASA PARA TODOS, esquina Antônio Prado e Jacinto Sá. Moravam numa casa casa no fundo no mesmo quareierão. O filho David foi famoso como goleiro no Horácio, tinha um uniforme e luvas de fazer inveja.
Havia tamém Karekim Erzinian que muitos pensavam judeu,mas era armênio.
Sempre me interessei em elucidar pq os judeus foram todos para São Paulo, onde os filhos vivem. Um aluno da UNESP está fazendo uma pesquisa sobre o assunto, já se comunicou com o Mauro.

Agora cá entre nós. O famoso Mocho, tão citado por vc, tinha uma cachorro grande do qual ele falava miséria. Vinha com ele na Praça para mostrá-lo. Um dia de tarde no meio dos colegas, e que colegas, Perino, Bessa, Diógenes etc ... estava com o cahorro gabando-se do belo cão. Um vira Lata se aproxima, brinca e sobe sobre o cachorro do Mocho. Imagine só a gozação ...
Vou procurar mais alguma coisa.
Continue com seu belo trabalho...
Até os 60 anos do nosso Horácio.
Norival"

Sobre o SAMUEL KLEPACH relembro:

" Minha infância teve muito a ver com a rua Paraná, nos trechos compreendidos entre as ruas Antonio Carlos Mori e Souza Soutello. Eles foram palco das brincadeiras noturnas que reuniam a "molecada" da redondeza. Lembro-me bem do Samule e de sua esposa. Parece que não tinham filhos. A loja vendia tecidos. Quando ele morreu, nos anos 1970, a loja já estava fechada, porém, ainda tinha um estoque de tecidos razoável, todos de excelente qualidade, que os herdeiros colocaram à venda. Minha mãe comprou alguns cortes delinho de primeira que resultaram em roupas para ela e camisas para meu pai e para mim. Até bem pouco tempo eu ainda usava uma delas. A loja ficava num sobrado no térreo, a residênciu no andar superior. Havia uma pequena sacada e no cimo a Estrela de David."

José Carlos
Celestino Bório era de família tradicional de Curitiba. Nunca soube o que o levou a cruzar fronteira e fixar-se em Ourinhos. Tinha duas filhas, Nilza e Nilcéia, muito amigas minhas na juventude. Elas fizeram o Magistério (Normal) em Ourinhos. A famíla foi para Curitiba e mantive, até muito recentemente, contato com elas. Nilza casara-se com um grande amigo meu, o advogado Emir Mância e fixaram residência em Paranavaí. Ele, velho companheiro de tangos, morreu com um infarto fulminante. Nilza foi para Curitiba, onde veio a falecer.Deixou dois filhos, que também se formaram em Direito

- Quanto ao Antoninho Ferreira, já tive oportunidade de tocar em seu nome em e-mai anterior. Sempre o admirei muito. Seu irmão Renato, é dono de uma grande organização de venda de pneus, a Renato Pneus, que tem filial aqui em Paranavaí e em outras cidades do Paraná. Acertou a mão.

- Camerlingo foi o pioneiro em Paranavaí, no ramo imobiliário. Foi o primeiro a montar escritório na área. A cargo dele ficaram as vendas da Vila Boa Esperança (abaixo da linha, onde está a Sanbra) e de outros loteamentos. No seu grande escritório, atuava, como sócio, o Antonio Zaki Abucham, e lá trabalhava um filho de japoneses muito querido em Ourinhos, o Mistugui Kanda.
Dos empreendimentos, fez parte também a Vila Matilde. que foi uma homenagem à esposa do Antonio Zaki, dona Matilde que, ao que me lembro, era um poço de simpatia e bondade..

- Casa Zanotto. O nome creio que foi conservado em homenagem ao sr. Hermenegildo Zanotto, que,
se não me falha a memória, foi o seu fundador. A firma proprietária era Médici & Nicolosi (Pedro
Médici e Narciso Nicolosi). O sr. Pedro morava na residência anexa à loja. Estudei com um dos filhos, o Nelson. O mais velho, Zezé Médici, tornou-se genro do sr. Machado, fotógrafo, casando-se com a bonita e simpática professora Wilma, que era irmã de outra professora também muito querida, a Carminha. Quanto ao sr. Narciso, não é preciso falar, pois você sabe bem quem foi e já comentou muito sobre seu filho, o prof. Carlos Nicolosi, que foi meu amigo de verdade.

- Hélio Leal. Pelo que senti em um e-mail seu, ele já não está entre nós. O conheci muito bem, pois trabalhamos juntos na Gulf, quando era gerente distrital o sr. João Batista Lopes, por sua vez irmão de Manoel Batista Lopes, que aposentou-se na São Paulo-Paraná, foi morar pertinho de casa, resolveu ir para São Paulo, onde faleceu de forma abrupta (atropelamento). Um seu filho, Ary, militar, casára-se com Walderez, filha do sr. Luiz Golin e dona Candinha, da velha Churrascaria Gaucha. Hélio tinha uma irmã professora, a Inês, figura de uma doçura ímpar.

José Carlos, creio que por hoje basta. Um abraço de quem o admira muito.

CHICÃO

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