RECORDAÇÕES DE SANTA BÁRBARA DO RIO PARDO (ÁGUAS DE SANTA BÁRBARA)


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Nos anos 1950, a cidade ainda se chamava Santa Bárbara do Rio Pardo (hoje Águas de Santa Bárbara) e tinha esse aspecto bucólico que as fotos feitas por meu pai nos mostra.


Creio que nossa primeira ida à cidade tenha ocorrido por volta de 1958. Fomos para lá de trem, fazendo baldeação na estação de Cerqueira César, de onde uma jardineira nos levou até Santa Bárbara por uma estrada ainda não pavimentada.

Nesta foto, vêm-se alguns hóspedes. Selma está atrás. O garoto sou eu e a garota minha namorada, da família Pacolla, de Lençóis Paulista.

Nas estações termais daqueles anos ainda não havia rede hoteleira. As pessoas que as demandavam se hospedavam principalmente em pensões.
Havíamos ido para lá com a indicação de uma pensão que se localizava numa das quatro ou cinco ruas da cidade, e que ficava numa área elevada, podendo ser vista à direita na foto. Ela pertencia a uma família síria. Quem a dirigia era uma filha dos proprietários de nome Selma. Uma moça alta, aí por volta de seus vinte anos, muito bonita, cabelos negros, e que exalava simpatia.
A casa era grande, com vários quartos, daquele tipo que dava para a rua e possuía uma grande varanda. Comportava umas quatro ou cinco famílias.
A comida era deliciosa.




A rua  onde se localizava a pensão,  era a única de caráter comercial, e tinha na sua parte inferior, em direção ao rio Pardo, um sobrado onde ficava  o cinema, com sessões em dias alternados. Naquele tempo toda cidade, por menor que fosse tinha um cinema.
No centro, como se vê na foto, ficava a Igreja Matriz, de linhas graciosas, na qual se entrava por uma ampla escadaria. Ao redor da “Matriz”, uma bela pracinha com canteiros repletos de flores. O pároco tinha idade avançada e praticava o exorcismo com muito sucesso.
Um pequeno caminho dava acesso às termas, ainda modesta (no início dos anos 1960 iniciou-se a construção de um grande edifício para abrigá-la).



Foto por Francisco de Almeida Lopes
No fundo das termas, havia um bosque que dava acesso às margens do rio Pardo, onde praticávamos a pescaria. À sua frente uma área de recreação infantil e um amplo bosque elevado.
À noite, o programa após o jantar se constituía de rezas na Igreja seguida de ida ao cinema. Nos dias em que não havia sessão, brincávamos até às 22 horas na praça.
Namoricos também havia. Lá estava uma família Paccola de Lençóis Paulista, cuja filha acabei namorando. Ela é a garota que aparece na foto abaixo:




O grupo da pensão na primeira viagem.



Eu e Selma, na segunda viagem.








Como escreveu o professor Luciano Correia da Silva:
VOLTA
"Estive aqui faz cem anos,
mas que foi ontem parece...
(....)
(...)"
Foto por Francisco de Almeida Lopes

Comentários

Marisa Ferreira Batista Ferrazoli disse…
Querido

Que lembrança gostosa essa sua de Sta Bárbara.
Você descreveu com muita propriedade o cotidiano de uma pequena cidade do interior.
E eu já fui tão longe e nunca até hoje estive lá.Meus pais, a Marli e o pe Domingos fizeram um passeio por lá,mas nessa época eu já estava casada e não fui.
Deve ser um lugar bom para ser visitado até hoje.

Tenha uma boa semana.

Abraços
Marisa
Flávio Guilherme Couto disse…
Viajei no tempo e pus-me a olhar a saudade que visitava cada foto da minha querida terra.Estive nos lugares vistos e não vistos, as pessoas que convivemos, os amigos que ainda lá estão e os outros que se foram, brinquei no rio Pardo, pesquei, nadei, fiz tudo que a imaginação me proporcionou e voltei feliz por ter visitado o tempo de outrora, onde fui muito feliz.Obrigado por ter-me proporcionado tão grande enlevo.
Sinto-me recompensado por lhe ter proporcionado tantas recordações.
Abraços.
José Carlos

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