A LINHA DO TREM
















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"(...)
A cidade eclode seus mortos,
há uma cidade viva abaixo
da linha do trem,
uma cidade de poros acesos,
de membranas diáfanas,
de fósseis regenerados,
abaixo do azul dessas manchas solares,
há escombros dessa cidade pulverizada.
(...)"

Lilian RinhardtNum Fórum de Poesia na web, (http://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?t=6007&start=105&sid=2f6786ba79009d0c4920ce946f06c9c9) encontrei esses versos que se aplicam a essa foto que considero uma das mais bonitas entre tantas que meu pai fez da cidade que elegeu para viver e que tanto amava.
Quando a linha férrea corta uma cidade ao meio e a circunda, como no caso de Ourinhos, há uma cidade acima da linha e outra abaixo dela.
Foi tirada a partir do "Bazar do Pedrinho", na Antônio Prado, logo abaixo da passagem da linha férrea.
Era um daqueles dias em que céu de Ourinhos estava em todo o seu esplendor, mostrando as belas nuvens na sua grandeza.
Coincidentemente, esse trecho que ele fotografou várias vezes acabou sendo o depositário de inúmeras construções dos primórdios da cidade. Apesar das desconfigurações de muitas delas, o conjunto ainda impressiona e deveria ser tombado.
Percebe-se que se trata de uma foto que teve uma composição: a porteira semi fechada e os dois garotos no meio da rua, em primeiro plano, dão-lhe um toque todo particular. A preocupação com o horizonte está presente como naquela bela foto da rua Paraná que serve de capa ao livro do jornalista Jefferson Del Rios. 
Foto: Francisco de Almeida Lopes (1909-1987)

Comentários

Anônimo disse…
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Elias Vieira disse…
Caro José Carlos

Outro dia em uma lista ferroviária começou uma discussão sobre porteiras ferroviárias e me lembrei das porteiras da Sorocabana que corriam sobre dois trilhos utilizando rodas de vaganotas.
Resolvi buscar um exemplo delas na internet e cheguei nessa foto espetacular do teu pai, aliás tenho uma infinidade de fotos do teu pai.
Pois bem uma pessoa da lista me falou que em Ourinhos ainda havia uma porteira padrão da Sorocabana que utilizava esse distema que descrevi. Pesquisei no Google e para minha surpresa na passagem de nível da rua Expedicionários ainda há uma porteira desse tipo só que a estrutura é metálica e não de madeira como era o padrão fotografado pelo teu pai.
Foi um achado e tanto pois hoje as ferrovias sequer usam mais as porteiras, mas em Ourinhos uma ainda resiste e pode inclusive ser comparada com a porteira fotografada pelo teu pai nos anos 50.

ELIAS VIEIRA





Obrigado Elias pelo comentário.
Abraço.
José Carlos

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