OS JAPONESES DE OURINHOS - 2



Retornando ao assunto da semana anterior - Os japonenses de Ourinhos - quero mencionar uma pessoa que foi muito ligada a Luiz Tone e eu. Trata-se de Neide Ishikawa, modistas de renome que ainda está entre nós. Cruzamo-nos algumas vezes quando de minhas idas a Ourinhos. Nossa convivência com ela foi muito feliz. Outra lembrança muito querida é de dona Maria esposa de um dos gerentes da Casa Camargo, o sr. Iwasaki e que morava na residência anexa. O casal tinha filhos com a mesma idade que nós e brincamos muito juntos (Takao, Emi e Mineo).
Não quero encerrar essa fala sobre a família Tone sem mencionar dona Cara, sua segunda esposa. Foi sempre uma pessoa muito querida que me recebia tão bem em sua casa, sempre com um belo sorriso estampado no rosto, que deve ter herdado de sua mãe, a batiam. Próximo à Casa Camargo, na rua Paraná, havia também a quitanda da dona Teresa, muito procurada por todos que moravam próximos. Do outro lado da rua havia a família Miwa, com que convivemos muito. Eles tinham um pequeno empório. Lembro-me com saudades da Tomasia e da Alice Miwa. O senhor Tone teve também um sítio de nome Monjolinho, onde introduziu o cultivo da uva Niagara em Ourinhos. Em 1958, por ocasião do cinquentenário da imigração, houve um brilhante desfilo com muitos carros alegóricos, pela rua Altino Arantes. Meu pai fez muitas fotos na ocasião. Infelizmente, elas foram parar em outras mãos. Da Cerâmica São Joaquim, na Vila Odilon, também guardo lembranças felizes, pois ali também brincamos muitas vezes. No início dos anos 1980, o senhor Tone, já septuagenário, instalou o primeiro supermercado em Ourinhos, na rua Paraná. E ainda chegou a instalar um outro mais amplo na rua dos Expedicionários. Há que mencionar também o clube local dos japoneses, o Kaikan, onde fui a tantas festas e bailes Outro amigo dileto, companheiro de bancos escolares por sete anos, foi Auro Tanaka, cujo pai tinha um estabelecimento comercial do lado de baixo da linha ferroviária. Convivi também com seus irmãos Luis, Nair e Maria. Maria foi casada com Harugi Seno, professor na escola técnica de comércio e vereador. Na Sanbra conheci Setuko Sekino, uma das secretarias. Isso já na segunda metade dos anos 1960. Seu pai tinha um estabelecimento comercial na avenida Jacinto Sá, e em sua casa fui acolhido com a fidalguia muito própria dos japoneses. Setuko foi para São Paulo onde se casou. Estive presente. Já em São Paulo , aproximei-me de Hiromi Shibata, aluna da turma anterior a minha no curso de História da Usp, irmã de Harugi Seno, professora da Unip e do Colégio Bandeirantes e minha companheira, nos anos 1980, na Cenp. Convivemos, depois, na Unip, e é ate hoje uma amiga muito querida. Outros tantos amigos dos bancos escolares recordo com saudade: Edson Koga, Sumie Numa, Yasue Honji, Mário Hisao Kobuti, Tomie, Hideo. Essa aproximação com nisseis continuou por minha vida afora. Sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de ter tido uma convivência próxima com essa nacionalidade tão importante para o desenvolvimento deste país. Fica aqui a minha à homenagem à colônia de Ourinhos por ocasião do Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil. A foto mostra um grupo de dançarinas e cantoras que estiveram em Ourinhos no início dos anos 1950.

Comentários

Anônimo disse…
José Carlos,
Voce lembrou da Setuko Sekino.
Eu estudei com ela em 1955,na Escola Artesanal,na Vila Margarida,ela tinha uma irmã,Satiko,se não me engano,eram duas japonezinhas muito bonitas.
Abraço,

Wilson

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