AS IRMÃS BUDAI E O BAR PAULISTA

Em foto de finais dos anos 1950, vê-se a famosa banca de jornais ao lado da entrada do Bar Paulista, seguindo-se a tradicional Relojaria Lisboa e o Bar Paratodos. Na outra esquina, o Banco Brasul, um dos primeiros da cidade, com a denominação anterior, Banco Francês e Italiano para a América do Sul.

Aqueles que tiveram a felicidade de terem sido contemporâneos do Bar Paulista, localizado na Praça Melo Peixoto, hão de se lembrar saudosos das duas irmãs que atendiam no balcão: Maria e Julia, exemplos de competente e amável serventia aos frequentadores do local.

Uma parada naquele local,  para beber ou comer algo, após deixarmos o Cine Ourinhos, era obrigatória.

Por quase quarenta anos, os irmãos João e Júlio Zaki foram vistos diariamente no caixa do estabelecimento.

Os garotos que aparecem na foto são filhos do Júlio Zaki, ambos médicos hoje: Sidney Elias Abucham (oftalmologista) e Júlio Zaki Abucham Filho (endocrinologista).

O prédio, em suas características originais, já não existe, porém uma placa deveria ser colocada no local com o soneto do professor Luciano correa da Silva, perpetuando a memória do Bar Paulista.

Posando no estúdio fotográfico, Maria e Júlia Budai

Não é sem razão que o professor Luciano Corrêa da Silva, em seu livro "Poemas do Vale", dedicou às irmãs Budai e ao Bar Paulista um soneto chamado

FRATERNIDADE

Cedinho, toda manhã,

duas mulheres à vista

no famoso Butantã,

ou melhor, Café Paulista.

Uma da outra era irmã

no sangue e mais na conquista

da cidade que era fã

daquela dupla benquista.

Tanto assim que, mesmo agora,

o povo, que as conhecia

e a sua ausência inda chora,

não sabe o que mais o orgulha.

se a lembrança da Maria

ou se a saudade da Júlia.