JOSÉ DA CRUZ THOMÉ, O LIVREIRO




Nasceu em Figueira da Foz, Portugal, a 23 de maio de 1908, tendo chegado ao Brasil  em 18/1/1927. Ele e o irmão Mário acabaram se   se estabelecendo em Ourinhos.
Mário, que se dedicou ao comércio e atividades rurais, se casou com Gaudência Matachana. O casal teve um filho, o ex-prefeito Aldo Matachana.
José, que montou a primeira livraria de Ourinhos, se casou com Maria Tocalino (Mariquinha), a caçula do casal Henrique Tocalino e Emília Terzariol. Da união, José Thomé e Mariquinha, nasceu Neuza, em 1933, já falecida.


A Voz do Povo, 24-4-1932


Casamento

Celebrou-se o enlace matrimonial da srta. Maria Tocalino com o sr. José da Cruz Thomé, no dia 21 do corrente a 1 hora da tarde. Após as cerimonias, embarcaram para São Paulo, onde vão residir.


O último casal à esquerda é Alzira Tocalino  Nicolosi e Narciso Nicolosi Fº, seu Zico, ao lado da mãe Carlos Nicolosi, o outro garoto é o filho mais velho do casal Nicolosi, Lúcio.


Bem atrás dos noivos, a partir da esquerda: o casal Henrique Tocalino e Emília Terzariol Tocalino, Bráulio Tocalino e Mário Thomé.

A primeira livraria montada por Thomé ficava na praça Melo Peixoto, ao lado da Casa Nortista. A livraria ocupava a parte da frente e, nos fundos, ficava a residência.
A livraria teve, por muitos e muitos anos, uma competente atendente e colaboradora do patrão, de nome Irene de Souza Marinho. 


Nessa livraria comprei meus primeiros livros, que integravam uma coleção voltada para a adaptação de clássicos da literatura universal, editada pela Melhoramentos. Entre os títulos, lembro-me de “A Casa do Pai Tomás, “Ben-Hur”, os “Irmãos Corsos e “O Homem da Máscara de Ferro”. A livraria era o ponto de encontro dos intelectuais da cidade.
Amante da aviação, Thomé foi um dos fundadores do Aeroclube de Ourinhos, em 1942.
No final dos anos 1960, Thomé construiu um moderno sobrado em outra face da Praça Mello Peixoto (aquela do primeiro edifício de Ourinhos, o Bradesco), onde instalou a livraria, no térreo, com modernas instalações.

Em janeiro de 1980, Thomé foi para São Paulo  a fim de realizar um tratamento para  leucemia,   vindo a falecer 9 meses depois.
Mariquinha ficou à frente da livraria até agosto de 1982, quando então a vendeu, indo morar em São Paulo com a filha Neuza, onde faleceu em 2001. 


Comentários

Alvaro disse…
Me lembro bem da livraria Thomé,quantas saindo do Cine Peduti,paqssava por ali para folhear as revistas,as vezes levava uma bronca do deu Thomé...e q saudades.
Rico disse…
O Sr Thomé e a D Mariquinha eram muito amigos de meus pais, se nao os melhores e mais intimos.A Neuza , vinha de ferias com a Valeria, que fazia o maior sucesso com a sua beleza.Alias a mae era linda, por dentro e por fora.Filha dedicadissima aos pais e foi sempre "de dentro de nossa casa"
O Sr Thome era o unico da cidade que consertava as canetas Park que a gente estragava as penas.
A Neuza era muito engraçada e tinha um humor barbaro.Uma vez ela vendeu sua perua DKW e trocou por um Opala...ela sempre cuidou muito de seus carros...entao..ela, nas deliciosas noites de bate papo na varnda de nossa casa, na Arlindo Luz, 522, dizia que conversava com seus carros..e no dia em que entregou a perua...chorou.E nos tanto choramos a perda tao precoce dela.Morreu quieta em seu quarto, pois sabia que se alardeasse, nao poderiamos ve-la sofrer.
Que saudades dos Thome!!!!!!!!!!!
Rico Abucham
Anônimo disse…
José Carlos,
O Sr. Thomé era um homem culto e sempre teve o prazer em vender livros.
Lembro que no rodapé da sua Nota Fiscal constava os dizeres: "Perseverando em Vender Livros"
Anônimo disse…
Pessoas ilustres de nossa querida Ourinhos
Francisco Soares escreveu:
Confrade, "Seo" Thomé. Lembro-me muito dele, de dona Mariquinha e da belíssima Neuza, cuja morte eu desconhecia, fiquei sabendo hoje. Ela sabia ser bonita,sabia ser elegante,e sabia ser inteligente. Era um ano mais nova que eu. Seu pai, uma peça. Culto, comerciante de alto nível. Tinha o respeito de toda a moçada estudante qiue frequentava sua livraria e papelaria,estabelecimento que mudou de lugar para outro lado da praça. Quanto a dona Mariquinha, quanta recordação. Eu era frequentador da casa do Carlos Nicolosi, seu sobrinho, e lá conversávamos muito. Ela era excelente pianista. Recordo-me que em um domingo em que lá estava também seu sobrinho Lúcio (outro grande pianista), ela tocou para nós a La Cumparsita. O Lúcio, quando estava tocando Ó Sole
Mio, seu pai, "seo" Narciso, entrou na sala e começou a cantar com sua bela voz de barítono. Foi um momento inesquecível. Com certeza, hoje ainda o Carlos deve lembrar-se desta passagem. Ah, o Carlos, que grande amigo que tive quando morava em Ourinhos. Músico, tocava como ninguém sua gaita de boca.Ciclista, tinha uma bicicleta com a qual fazia misérias pelas ruas.Caçador, tinha uma espingarda calibre 38, com a qual matava muitas pombas selvagens. Aquele tempo lá eu era o Francisquinho, ou o Chiquinho, merecedor de toda a atenção da família Nicolosi.Bem, se servir de contribuição, aqui está. Um abraçao Chicão
Anônimo disse…
Que saudades da familìa Thomé.E o seu Thomé então! acho que foi o patrão mais justo de Ourinhos.Tenho pena do povo ourinhense que não desfrutou da verdadeira livraria Thomé pois,a mesma começou a morrer também no dia 14 de Outubro de 1980.Além do seu Thomé que falta tem feito a sua livraria.Que pena!!!
Claudia disse…
Quando eu nasci, meu avô Thomé e minha avó Mariquinha já moravam em cima da "livraria nova", e ali eu passei todas as férias dos meus primeiros dez anos. A loja ficava aberta até tarde e embaixo do mezanino havia uma salinha onde todo mundo podia ler os livros. Para crianças havia vários livros vindos de Portugal, muitos títulos que nunca mais encontrei, nem em São Paulo. Entre a loja e o depósito, havia um jardinzinho com uma goiabeira, um galinheiro com dez galinhas poedeiras e um cantinho onde eu adorava tomar café com a Irene. No Natal pendurávamos os cartões na vitrine e na abertura de aulas eu ajudava a fazer pacotes. Para mim, até hoje, entrar em uma livraria é matar um pouco as saudades do meu inesquecível avô...
Claudia Thomé Witte
Cristina Souza disse…
Foto linda, B&P bem feita, na época que ainda não havia a banalização das digitais. Sr Thomé impecável, sempre com sua gravata borboleta. D. Mariquinha me lembro de um carnaval no GRO ela vestida de palhaço(Tone de circo. Neusa muito bonita,inteligente e com humor refinado, casada com dr Paulo Miguel, advogado de meu pai (Souza) e meu também por muitos anos, pessoa pela qual tinhamos o maior respeito e estima. Todos se foram, ficaram as netas Valéria e Cláudia, que herdaram beleza e inteligência da família.
Cristina Souza

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