MARIA APARECIDA CORDONI (1915-2003), A SAUDOSA MESTRA DE MUITOS OURINHENSES.





Na foto, reconheço o segundo da primeira fila à esquerda, meu xará, filho Aimoré da farmácia, também o nono, Luis Antonio Cal de Oliveira e Silva. Na última fileira , a partir da direita, o quarto é Luiz Gonzaga Tone.

Os que são hoje sexagenários foram  alfabetizados nos antigos grupos escolares que contavam com professores e professoras primários de altíssimo nível acadêmico, preparados que eram nos poucos e excelentes "cursos normais". Uma delas foi Maria Aparecida de Carvalho Cordoni, nascida em Jacarezinho - PR, em 1915. Tendo mudado com a família, ainda criança, para São Paulo, lá estudou e formou-se professora primária.
Ingressou na carreira do magistério paulista, tendo iniciado sua carreira em Ribeirão do Sul, transferindo-se posteriormente para Guaraçaí, noroeste paulista, e Ourinhos onde se aposentou.
Nos anos 1940 e 1950, a professora primária praticamente se especializava, segundo sua preferência, em uma determinada série. Dona Cida Cordoni concentrou-se na segunda série.
Não tive o privilégio de tê-la como minha professora, no Grupo Escolar Jacinto Ferreira de Sá, onde era efetiva, e considerada uma das melhores. Nessa categoria também era tida a minha professora nessa série - Lourdes Madeira Simões. Eram duas as irmãs Madeira, coincidentemente, na 3ª série fui aluno da outra, D. Jandira.
Meu contato com Dona Aparecida Cordoni iniciou-se quando estava na 4ª série, ocasião em que aproximei-me de seu filho Luizito, colega de estudos no preparatório para ginásio.
Seu marido, também professor primário, chamava-se Luiz Cordoni, tendo sido diretor do "Grupão"
A dedicação dessas professoras aos seus alunos e a sólida formação que possuíam foram responsáveis por nossa base sólida em leitura e escrita, principalmente, possibilitando-nos enfrentar o curso ginasial .
Lembro-me de uma prima de D. Cida, Ivone Marcondes Machado, de Santa Cruz do Rio Pardo que, tendo se efetivado em Ourinhos, veio morar em casa de uma prima de meu pai, Tomires Devienne Monteiro, cuja filha, Glória também era professora primária. Ivone, diariamente, à noite, ficava preparando a aula que tinha de ministrar no dia seguinte. Isso era feito num caderno, cujo capricho sempre me impressionou.
Como Luizito e eu fomos colegas também no ginásio, minha proximidade com D. Cida alongou-se com o passar dos anos.
Gostava de ler e fazer crochê. Era calma e bem humorada.
Inicialmente católica, converteu-se ao espiritismo, ao qual se dedicava bastante.
Nessa ocasião, já terminado o ginásio e fazendo a Escola Técnica de Comércio de Ourinhos, compartilhei com dona Cida de   ações na mesma comunidade espírita, a Sociedade Espírita Fraternidade, então sob a presidência do igualmente saudoso - Theodomiro Rossini.
Luizito, após a conclusão do curso científico foi estudar no Paraná, onde se graduou em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (1972), tendo se especializado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (1976). Foi Secretário de Estado no governo de José Richa.
O casal Cordoni mudou-se para Londrina em 1998. D. Cida faleceu em 2003.
Foto: Dona Cida e seus alunos do segundo ano primário, em 1956 . Acervo do profº Carlos Lopes Baia

Comentários

José Luiz Devienne comenta:
VALEU JOSÉ CARLOS, DNA CIDA FOI MINHA PROFESSORA NO GRUPÃO NO 3º ANO, NO PRIMEIRO FOI DNA FLORIPIDES, A PRIMEIRA PROFESSORA A NÃO ADOTAR A CARTILHA SODRE, NUNCA MAIS TIVE NOTICIAS DELA , NO 2º ANO FOI DNA HILDA CORTEZ , QUE MORA AQUI EM OURINHOS, ONTEM MESMO PASSEI POR ELA, ESTA BEM VELHINHA MAS LUCIIDA E EM ATIVIDADE, É A MAIOR TORCEDORA DO BASQUETE FEMININO DE OURINHOS, NO 4º ANO FOI A DNA DALILA SACCO , GRANDE PROFESSORA JA FALECIDA, ERA CABO ELEITORAL DO JANIO QUADROS E BRAVA PRA BURRO, UM DIA ELA PREGOU A MAO NO BRUCUTU, ERA UM NEGO ANDANTE QUE QUANDO A GENTE MEXIA COM ELE , TIRAVA O PINTO PRA FORA, UM DIA EU MEXI COM ELE E SABIA QUE A DNA DALILA VINHA VINDO, HA NAO DEU OUTRA O NEGÃO LEVOU O DELE, DNA DALILA ERA MAE DO DOUGLAS, DAGMAR DALTON E DIJAIR EU ACREDITO QUE VOCE LEMBRE DELES , O DAGMAR MORREU JA FAZ TEMPO OS OUTROS NAO TENHO TIDO NOTICIAS , MAS TEMPO BOM FORAM AQUELE , OBRIGADO PELAS NOVIDADES ANTIGAS, FAZ BEM PARA GENTE , OBRIGADO MESMO , MANDE SEMPRE QUE PUDER JOSÉ LUIZ
Jefferson Del Rios comenta:

Fui aluno da Dona Lourdes caso seja aquela que morava atrás da Matriz, casada com o Salomão Simões, e mãe de um rapaz chamado de Zé Gordo (geração dos Bessa). O curioso é que na minha memória, esta professora, gordona, se chamava Adelina (??!!) Fui aluno também da Dona Dalila, casada com o gerente da papelaria do Silvano. Foi a primeira mulher eleita vereadora (anos 50) mas, para decepção geral, apresentou um pretexto (esqueci) e renunciou. Um filho dela, Douglas, era meu colega. Havia ainda o Dagmar (mais velho) e o Dalton (mais novo).
Francis Carlos Soares comenta:

Confrade, Mais um e-mail para mexer comigo. Vamos lá. Fiz o primário no Jacinto Ferreira e Sá. Tive como professoras Djanira Brás e Hermínia Vicentini (esta que se tornaria segunda esposa do ex-prefeito Horácio Soares.) Não cheguei a ser aluno de Dona Cida Cordoni, mas lembro,-me da família. Um fato interessante, que você vai adorar. O Luizito Cordoni de fatofoi secretário de Saúde do grande governador José Richa, Fiz muita reportagem com ele, quando de seus contatos com os prefeitos da minha microrregião, quase sempre para assinar convênios com os prefeitos ou para inaugurar algum Posto de Saúde ou outra obra do gênero. Por incrível que pareça, nunca imaginei que ele era de Ourinhos.. Para mim era sempre o secretário Cordoni, tipo simpático, muito educado e competente. Hoje, com seu e-mail, você deu-me um presentão. Se algum dia eu voltar a vê-lo, certamente falarei sobre Ourinhos. Quando saí de lá, O Luiz Cordoni era ainda muito garoto. Nem me lembro dele na nossa terra. Quanto a profa. Jandira Madeira Marques, ela era minha tia, casada com o caçula da família de mamãe. Era o tio Chicão, que construira um grande galpão na Rua dos Expedicionários, no local onde mais tarde seria a Retificadora de Motores do Clovis Conceição de Souza. Ele foi um dos homens que mais lutaram quando da construçao do estádio do Clube Atlético Ourinhense. Ah, veja o fundo da foto dos garotos. Frigorífico Brandimarte. Ficava ao lado do Jacinto Sá, na Expedicionário. Além de frigorífico era também uma indústria de balas. Lembro-me muito bem do Reinaldo Brandimarte. Chegolu a ser presidente do Grêmio Recreativo, ocasião em que promoveu uma boa reforma no prédio (em frente das casas dos Nicolosi) Ele também era apaixonado pela aviação, tendo sido um grande incentivador do Aero Clube que tinha como instrutor o Pedro Lourenço, já de bastante idade, o que levava a turma a chamá-lo de pai do Santos Dumont. Mais tarde ele veio para o Paraná onde, em Maringá, atuou com um taxi aéreo. Certamente, hoje ele anda sendo instrutor de vôo dos anjos lá do Ceu. Não me lembro bem, mas parece-me que o Reinaldo tinha um avião e que Pedro era seu piloto. Ah, outro nome citado: Profa. Lourdes Madeira. Morava artrás da Matriz, a 100 metros de minha casa. Era casada com o sr. Simões e tinha um único filho, o José Alfredo que, embora muito jovem, na adolescência, dono de uma robustez de quase 100 quilos. Por hoje é só. Abraços Chicão
Dalton disse…
Olá. Sou Dalton, filho de dona Dalila e achei esse blog através do google. Informo ao José Devienne que o Dagmar não faleceu. Está vivo e reside em São Paulo. Dos meus irmãos, apenas me resta ele, pois o Douglas morreu em 2000 e o Djair em 2007. Fiquei feliz em ver este blog. Forte abraço a todos.

Dalton.
pompeia disse…
Morei em Ourinhos de 1943 a 1961, sou filho da Prof.Maria Auxiliadora Ramos Pompeia e do Sebastião Pompeia; Entrei no Jacinto em 1950 e não me lembro quem foi minha professora. Idade né. Esse blog é otimo, trouxe grandes recordações. Fui aluno do professor de Historia Norival Pereira da Silva e da temida Maria Tereza de matemática. Fui amigo do Luizito (morava na mesma rua, Monsenhor Antonio Cordova) e também dos filhos de Dona Dalila que minha mãe chamava de comadre não sei o porquê. O Dagmar era o mais velho e eu tinha contato mais com o Douglas (tinha problema de fala quando pequeno-lembro-me de uma frase me espulsando do sofá da sala: Fai qui fofá e meu") Dalton e Djair (esses menores que eu) - todos com a letra D inicial do nomes dos pais.
Abraços

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