A SOCIEDADE ESPORTIVA BACANAS DE OURINHOS
Nos anos
finais da década de 1930, um grupo de jovens autodenominado "Os Bacanas de
Ourinhos" haviam formado dois times: um de futebol e outro de basquete, e em
1940 , deram um voo mais alto, fundando e fundaram uma sociedade esportiva denominada Sociedade
Esportiva Bacanas de Ourinhos.
O livro
de atas dessa associação foi cuidadosamente conservado por um desses jovens, que
me parece ter sido o líder do grupo. Trata-se de Cyro Teixeira Tucunduva, filho
de um dentista radicado em Ourinhos nos anos 1930, o drº Lino Tucunduva. Cyro, então
com 21 anos, trabalhava no escritório da Companhia Ferroviária São
Paulo-Paraná (contadoria).
A família Tucunduva, foto em Ourinhos
A família Tucunduva, foto em Ourinhos
Com uma
letra rebuscada Cyro, na qualidade de secretário da Associação, abriu
o livro de atas no dia 8 de abril de 1940:
A Associação
tinha como sede a sala interna de um dos mais famosos bares da cidade naquela
época, o Bar Paulista situado na Praça Melo Peixoto e de propriedade de dois
irmãos Zaki Abucham, um dos quais, Júlio era integrante do grupo.
Os jovens
eram: Brooklin Machado, Walter Costa Galvão, Julio Zaki, Cyro Teixeira Tucunduva, José Diehl, Hermínio Nogueira, Cássio Tucunduva, Rosalvo Pondé, Eduardo Vidal Leal, Homero Ferreira Campos, Mizael de Almeida,
José Bassi, Sebastião Ereno e Teófilo
Fernandes Nóbrega. Os objetivos da novel sociedade eram a “prática e difusão do
esporte em geral”, aventando inclusive a construção de um estádio
para esse fim.
De início
a ênfase seria a prática do cestobol (basquete), pedestrianismo.
Realizada
a eleição para a escolha da diretoria, essa ficou assim formada: presidente –
Júlio Zaki; vice – José Bassi; 1º secretário – Cyro T. Tucunduva; 2º secretário
Walter Costa Galvão; 1º tesoureiro - Brooklin Machado; 2º tesoureiro - Ari Diehl; diretor esportivo - Cássio T. Tucunduva
Ari Diehl e José Bassi retiraram-se da Associação, logo em seguida; foram então eleitos para a diretoria no cargos vagos: Hermínio Nogueira e Rosalvo Pondé. Novos associados ingressaram entre os quais duas mulheres: Risoleta Ribeiro e Lina Tucunduva de Souza, Philemon de Mello Sá, Paulo Franklin da Silva e Ney Franklin da Silva, Clorivaldo Migliari,.
A Associação publicou, o jornal "A Voz do Povo", um manifesto sobre seus objetivos:
A Associação publicou, o jornal "A Voz do Povo", um manifesto sobre seus objetivos:
Além do amor pelo esporte, os Tucunduva tinha especial gosto pela música, tendo formado um conjunto musical qie fez sucesso, o Conjunto Marajós:
Integravam o conjunto Cyro Tucunduva (Chuvinha), Cássio Tucunduva (irmão), Lila (Lina Tucunduva, irmã) e Vavá (Evaristo)
A Voz do Povo, 2-11-1940
0 conjunto "Marajós" viajou
especialmente convidado
para tomar parte no programa
de inauguração da Radio
Difusora de Cambará, realizada
domingo ultimo, obteve
naquela cidade paranaense o
nosso primoroso conjunto musical «Marajós», tendo atuado
lá admiravelmente, logrando
sucesso.
Nossos parabéns aos rapazes
componentes do Marajós,
pelo desempenho que deram
ao programa musical de inauguração
da difusora cambaraense,
a seu cargo.
Os "Bacanas" posam para foto em frente ao original sobrado construído por Augusto Fernandes Alonso, onde morou por muitos anos o professor Norival Vieira da Silva, seu genro. Somente pude identificar três, a partir da esquerda - 4 - Hermínio Nogueira; 8 - Cyro Tucunduva; 9 - José Bassi.
Em frente ao prédio do Grêmio Recreativo de Ourinhos, na Rua São Paulo, onde mais tarde funcionou por muitos anos a Câmara Municipal de Ourinhos.Com a raquete na mão José Faccini Bassi.
O jovem Cyro Teixeira Tucunduva
No centro, de suspensório, Cássio Tucunduva, à sua direita Bio Albano. Agachados:
Cyro Tucunduva,? e, salvo engano, Mário Cury.
1 - Bio, 2 - Cássio
1- Bio, 3 - Mário Cury, 5- Cyro
O livro de atas se encerra no final de 1940, infelizmente não temos informação sobre a ocasião e os motivos de seu encerramento.
Fica aqui o registro dessa ação voltada para a difusão e prática do esporte por parte de jovens ourinhenses que, somada à formação de um grupo teatral na mesma ocasião e a criação de um clube de regatas, mostra o anseio de jovens ourinhenses, nos anos iniciais dos anos 1940, à procura de novos caminhos artísticos-esportivos.
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