OURINHOS E A REVOLUÇÃO DE 1932




Ourinhos, Xavantes, Ribeirão Claro, Salto Grande e
Santa Cruz do Rio Pardo, por sua localização geográfica, tiveram importante papel na Revolução de 1932.
As tropas federais, vindas do sul, tinham que atravessar o Paranapanema para chegar a São Paulo, portanto, a região circunvizinha ao rio foi palco de luta intensa, com bloqueio de ferrovia, ataque a trem blindado. A região da chamada “Pedra Criminosa”, nas margens do Paranapanema sediou tropas federais até a invasão de Ourinhos.

Conforme cita o professor Roberto Bondarik em seu blog"HISTÓRIA E INFORMAÇÃO - O Paraná e o Norte Pioneiro: histórias, análises, contos e casos", a ordem do dia da Coluna João Francisco dizia:

O que foi a marcha e travessia do Paranapanema, o que foram os dias de inquietação e de sacrifícios, sob a inclemência do tempo, sem calçados, sem agasalhos, quase nus, parcamente alimentados, sob intensa e violenta fuzilaria na defesa da ponte metálica para Ourinhos, não poderei eu dizer, que horas tais vivem-se, sentem-se, depois de se ter vivido, mas não se pintam, nem se descrevem”.
Aqui havia sido formado o Batalhão Teopompo, constituído por moradores que se alistaram. O Batalhão era comandado pelo Capitão Carlos Amaral que aparece no centro da foto. Carlos Amaral, filho do coronel Vicente Amaral, foi por muitos anos proprietário de uma importante casa de secos e molhados na Avenida Jacinto Sá, que cheguei a conhecer. Quando meu pai veio para Ourinhos, em 1924, Carlos Amaral tornou-se um de seus primeiros amigos.
As tropas federais, por fim, invadiram Ourinhos. Lembro-me de minha avó contar a respeito da ação dessas tropas na casa de Benedito Martins de Camargo, um dos líderes do Partido Democrático local, e que era seu vizinho de cerca, na Rua Minas Gerais, atual 9 de Julho.
Na Bibliografia sobre a Revolução de 1932, arrolada pela Wikipedia, há uma publicação ourinhense, de autoria do professor Constantino Molina:
MOLINA, Constantino A. A Revolução no Setor de Ourinhos. slp, scp. sd. 23p
Constantino Molina foi um educador radicado em Ourinhos, onde viveu até meados dos anos 1940. Era proprietário do Externato Ruy Barbosa, localizado na Avenida Altino Arantes, onde hoje se encontra a Caixa Econômica Federal. A escola proporcionava Curso Comercial e Ginásio Propedêutico. Meus tios João e José e suas irmãs, Amélia e Maria lá estudaram.
Na foto está, ao centro, o Padre Vitor Moreno, vigário local. Portando a Bandeira Nacional, no coreto, a esposa do dentista, por três vezes prefeito de Ourinhos, José Felipe do Amaral.

Comentários

wilson monteiro disse…
José Carlos,
Só uma pequenina observação:
O nome com que ficou conhecido aquele morro no lado do Paraná até hoje é "Pedra Criminosa".
Um grande abraço
Obrigado pela atenção,. já corrigido
Anônimo disse…
Parabéns, Sr. José Carlos, adoro saber as historias sobre Ourinhos

Grande
Abraço
Edson Luís Camargo
Júlio César disse…
Sr. José C. Neves,
A esposa do dentista que fora prefeito por três vezes em Ourinhos, não seria aquela que foi atropelada na esquina do mercado municipal ? Sei onde se encontra sua sepultura através de uma tia que o conheceu. Se quiser mais detalhes sobre esse casal posso colocá-lo em contato com essa minha tia
JÚLIO CÉSAR DE CASTRO

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