LUÍS FORTI

O casal Forti e filhos







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A casa dos meus avós tinha uma larga e comprida varanda que dava para a rua (9 de Julho). Nos anos 1950, era costumeiro ficar-se sentado naquele local, no final de tarde, vendo passarem as pessoas que iam e vinham da Vila Nova (Margarida). É assim que a minha memória reteve a imagem de Luís Forti.
Era pai de Raquel Forti, colega de trabalho de minha tia Nim (Maria) na Companhia Telefônica Brasileira. Desde criança estive nesse local de trabalho muitas vezes, levado por minha tia. Para uma criança, a sala de trabalho das telefonistas parecia um mundo encantado com aqueles inúmeros fios que elas colocavam e tiravam na mesa de operações.
Raquel era mulher de cabelos louros, olhos azuis como os do pai. Calma e com um coração de ouro. Excelente funcionária, ela aposentou como chefe das telefonistas.
No Natal, as telefonistas promoviam uma bela festa, à qual compareci muitas vezes, e das quais há fotografias.
Nos anos 1960, a chefe das telefonistas era uma senhora de Santos, Lurdes Reclusa. Ela morou muitos anos, na casa de minha avó, até retornar à cidade natal após a sua aposentadoria.
Luis Forti era natural de Jundiaí, onde nasceu em 1899, filho de italianos. Com a esposa Maria fixou-se em Ourinhos em 1924 O casal teve nove filhos.
Luis, após outros empreendimentos, tornou-se um tintureiro muito conhecido, proprietário da Tinturaria Forti, com larga freguesia e muito estimado no bairro em que morava.
Foi membro ativo da Congregação Mariana.
Viveu mais de 90 anos.
A foto à esquerda é de uma das festas de Natal na Telefônica. Ao centro, vemos Raquel Forti com o sobrinho Oswaldo Luís Forti Vascon ao colo e Lurdes Reclusa. Na outra vemos Raquel, um irmão e o pai Luís Forti.
Como diz o poeta:
Em Tudo quanto Olhei Fiquei em Parte
Tudo que cessa é morte, e a morte é nossa
Se é para nós que cessa. Aquele arbusto
Fenece, e vai com ele
Parte da minha vida.
Em tudo quanto olhei fiquei em parte.
Com tudo quanto vi, se passa, passo,
Nem distingue a memória
Do que vi do que fui.
Ricardo Reis, in "Odes" Heterônimo de Fernando Pessoa

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